Após alguns dias a imagem some novamente e novas
buscas são organizadas. A imagem é encontrada no mesmo lugar da primeira vez,
ou seja, no matagal. Belchior Dias Moréia manda derrubar a mata e ordena a
construção da nova capela, onde hoje está a Igreja de Nossa Senhora Imperatriz
dos Campos. Com o tempo o povoado foi crescendo e recebeu um nome novo, passou
a chamar-se Capela de Nossa Senhora dos Campos do Rio Traripe (antigo nome do
Rio Real). Após muitos anos o rio Traripe passou a chamar-se Rio Real porque há
muitos anos a Armada Real descansava às suas margens. Antes ainda de receber
esses dois nomes os índios o chamava de rio Itanhi. Desse modo antes da
povoação receber o nome de Paraíso chamava-se Povoação dos Campos do Itanhi dos
índios. Esse é o primeiro nome que consta na história dessa povoação. Sua
fundação acontece entre 1599 e 1622.
Entre 1640 e 1670 a imagem da santa desaparece mais
uma vez da nova Capela e não é mais encontrada pelos moradores. Não se sabe se
foram os jesuítas que a levaram para Portugal, ou se foram os índios, ou ainda
os camponeses; podendo ser também os tropeiros ou os viajantes que a teriam
levado para vendê-la em outro povoado distante.
A povoação começou a desenvolver-se e recebeu o
nome de Freguesia Santa Maria dos Campos do Rio Real de Cima. Até então a
imagem da santa ainda não havia sido encontrada. O nome freguesia somente
passou a ser vinculado por volta de 1718, por conta do Arcebispo da Bahia, Dom
Sebastião Monteiro da Vide. Segundo Pedro Calmon “os núcleos mais antigos foram
a Bahia, a Torre de Garcia D`Ávila e Campos do Rio Real” demonstrando assim que
Campos foi no Brasil Colônia uma das primeiras povoações.
Tempos depois a capela do povoado já possuía
algumas imagens sacras de madeira e no centro uma imagem de nossa senhora. As
imagens eram poucas e os jesuítas traziam de Portugal ou as esculpiam, já que
eles eram ótimos escultores e restauradores.
O primeiro evangelizador filho de Campos foi o
Frei Ângelo dos Reis de formação jesuítica. O segundo foi o padre Joaquim Antão
Vieira Dantas. Ele fundou uma fazenda cujo nome era o de Nossa Senhora dos
Campos. Esse foi o quinto nome dado ao povoado.
Em 1700 o povoado já era conhecido como Passagem
da Igreja de Nossa Senhora do Sertão dos Campos do Rio Real de Cima. Esse foi o
sexto nome da povoação.
Em 20 de outubro de 1718 foi criada a Freguesia
de Nossa Senhora dos Campos do Rio Real. De Cima, feito atribuído a Dom
Sebastião Monteiro de Vide sendo ela desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora
da Piedade (Lagarto); sua extensão era de 20 léguas de nascente ao poente e
três de norte a sul. Foi Dom Sebastião quem mandou fazer a imagem de Nossa Senhora
Imperatriz. Ela foi feita em Portugal e somente chegou ao seu destino depois de
três anos, um mês e vinte e oito dias após a fundação da freguesia. A data
precisa de sua Chegada foi no dia 18 de dezembro de 1721.
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